FAÇA O BEM SEM OLHAR A QUEM
Sabe aquele dia em que você precisa
desesperadamente de que tudo o que planejou dê certo?
Você
calcula, planeja e ainda assim se surpreende, se chateia e desaba quando os
imprevistos surgem. Pois é, o "não previsto" tem o poder de
desestabilizar, remexer, sacudir e por vezes, até fazer cair. Foi o que
aconteceu comigo em um fatídico dia em que, pelo menos em tese, tudo estava
friamente calculado para que eu obtivesse êxito em minha empreitada. Até que... o banco rejeitou meu pedido por
causa da documentação apresentada. E quando consegui corrigir corri para pegar o
primeiro táxi. Até que... não consegui embarcar em nenhum dos taxis que
passavam na hora do meu desespero para voltar em casa e completar a
documentação. Até que... resolvido o problema do banco, precisei me descolocar
para a zona sul da cidade e passar por inúmeros congestionamentos no trânsito,
coisas de cidades grandes. Até que... ao chegar ao destino planejado, o número
de pessoas aguardando atendimento superou o esperado. Até que... finalmente
consegui cruzar a linha de chegada da longa fila e ser atendida pelo
funcionário público. Até que... descobri não possuir todas as informações
necessárias para o andamento do processo. Até que... desabei ali mesmo diante do
funcionário. Entre documentos incorretos, taxistas apressados e informações
imprecisas, todo o meu descontentamento e frustração desmoronaram naquele
lugar. Até que sob novas orientações tentei reagir. Até que aprendi que é
preciso remover os escombros e voltar ao plano inicial. E foi isso que eu fiz
até que... ao sair da agência levei um tombo cinematográfico. Caí de cara no chão. Nesses momentos é impossível internalizar as palavras de
Fernando Sabino e "fazer da queda um passo de dança". A gente quer sair correndo e
desaparecer, no entanto levantar é preciso. Encarar
a plateia é preciso. Seguir em frente é preciso. Se o constrangimento
prevalecer a gente levanta, mas interrompe a caminhada. E ainda corre o risco
de ficar prostrado, ferido e amargurado.
A partir daí, o
"até que..." sai de cena e surge o "foi aí que...". Foi
aí... que ao levantar dolorida e visivelmente constrangida me dei conta do já
sabido, mas sempre esquecido: “de nada adianta chorar sobre o leite derramado”. Foi aí que... ao
chegar ao ponto de ônibus conheci a maranhense Carlina de Jesus e iniciamos uma
rápida conversa informal. Foi aí...que me dei conta de que na correria do dia,
não havia almoçado. Carlinda, prontamente se ofereceu para irmos juntas a uma
lanchonete e, embora eu insistisse em dizer não haver necessidade de que me
pagasse o lanche, ela o pagou. E sem nada perguntar. Não perguntou meu nome, nem
onde eu morava, aliás eu é que não me contive e fiz essas perguntas. Carlinda me
levou para lanchar e quando eu disse que ela perderia o ônibus, respondeu com a maior naturalidade:
- Eu pego o outro!
Simples assim. Foi aí que... percebi que imprevistos ruins acontecem sim, mas imprevistos bons acontecem também. E partir deles novas oportunidades, possibilidades e amizades podem surgir. Apesar de toda descrença e desconfiança que paira sobre a humanidade ainda existem pessoas que fazem o bem sem olhar a quem.
Simples assim. Foi aí que... percebi que imprevistos ruins acontecem sim, mas imprevistos bons acontecem também. E partir deles novas oportunidades, possibilidades e amizades podem surgir. Apesar de toda descrença e desconfiança que paira sobre a humanidade ainda existem pessoas que fazem o bem sem olhar a quem.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário