quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Quando não encontrar razão, encontre propósito

 
        A parte da história de José em que ele se revela aos seus irmãos daria um ótimo final de novela. Certamente o Ibope alcançaria elevados picos de audiência, pois telespectadores em qualquer lugar do mundo já experimentaram, ainda que​ em diferentes proporções, um pouco do drama pessoal do filho de Jacó. Quem durante a vida ainda não lidou com gente invejosa, ciumenta, mentirosa ou vingativa?
         Mas diferente das novelas, dos filmes ou de inúmeros casos reais que conhecemos, no exato momento em que José poderia ter se vingado, dado o troco e lavado a sua alma​,​ ele nos surpreende com atitudes próprias daqueles​ que saíram do sofrimento mais amadurecidos e mais humanizados. Embora vendido, escravizado e aprisionado, José escolhe​ não se deixar escravizar pelo ódio ou se aprisionar pela amargura​.  Definitivamente, ​ suas ​​prisões não eram internas.
        Nas cenas seguintes​, encontramos José chorando​ compulsivamente, ao se​ reencontrar com seus irmãos. Durante sua crise de choro ele conversa​ e tranquiliza seus irmãos, assegurando-lhes de que não precisavam temer qualquer tipo de retaliação e que, embora não soubessem, eles haviam colaborado para que ele contribuísse para preservação de sua família. Nesse momento, ele se revela não mais como injustiçado ou traído, mas como alguém que conseguiu encontrar propósito e aprendizado nos momentos difíceis que viveu.
        Quando​, porventura, você estiver experimentando momentos em que pareça que a injustiça, a inveja, a calúnia ou qualquer​ o​utro sentimento ruim vá prevalecer, procure descobrir sob os escombros dessas situações propósitos e aprendizado​s que o qualifiquem como aqueles que entenderam que as circunstâncias não revelam a grandiosidade dos projetos divinos.
"O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós." 
JEAN PAUL SARTRE (1905-1980).


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