quarta-feira, 11 de julho de 2012

LIÇÕES NA PRAIA!



Uma análise em Lucas 5.1-11 (A pesca maravilhosa)
O mestre Jesus nos ensina com uma sabedoria e profundidade como só ele sabe fazer e no texto em questão, deparamo-nos com Jesus diante de dois grupos distintos de alunos: os pescadores e a multidão, por isso sua pedagogia assume diferentes contornos. A lição para a multidão é ministrada de uma maneira formal, entretanto, para os seus dos futuros discípulos, acontece sutil e silenciosamente nos seus menores gestos. A lição daquele dia era direcionada a homens comuns, e a capacitação deles para o ministério, mostra-nos logo de início, que existem saberes que precisam ser assimilados e experimentados por todos aqueles que se propõem a seguir Jesus.
É preciso começar essa reflexão considerando o cenário, lugar onde tudo acontece, para que nada passe despercebido, pois são os detalhes que aos poucos, vão desenhando o desfecho desse encontro entre Jesus, os pescadores e a multidão.
Amanhecia e, à beira do Lago de Genesaré, os pescadores lavavam suas redes. Esse ato de lavar as redes significava o fim da jornada de trabalho. Esse novo dia despontava, provavelmente, trazendo aqueles homens, sentimentos como desalento, preocupação e ansiedade. Eles tiveram uma longa e infrutífera noite de trabalho. Como se costuma dizer: naquela noite “o mar não estava para peixe”. No entanto, esse cenário é totalmente transformado quando Jesus chega aquele lugar, seguido de uma multidão querendo ouvir seus ensinamentos. A multidão tinha uma necessidade clara do alimento espiritual, e os pescadores, do pão nosso de cada dia. Jesus o PÃO DA VIDA estava presente naquele lugar e isso era a garantia de que tanto a multidão quanto seus futuros discípulos seriam saciados de maneira extraordinária naquela manhã.
Seguindo a narrativa bíblica, vamos descobrindo passo a passo aquilo que o Mestre se propõe a nos ensinar. Jesus trata de temas como prioridades, recursos e obediência.
1.    PRIORIDADE! (ensinava o povo)
“... Viu a beira do lago dois barcos, deixados ali pelos pescadores, que estavam lavando as suas redes. Entrou num dos barcos, o que pertencia a Simão, e pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se, e do barco ensinava o povo”.
Será que Jesus não percebeu o que acontecia na praia, naquela manhã? Não havia a euforia da pesca, o comércio entre os pescadores, aquele alvoroço da partilha. Fico me perguntando se não teria sido mais impactante, realizar o milagre antes de qualquer outra coisa. Talvez isso, fosse um fator motivador para os pescadores e também para outras pessoas o seguirem. Mas Jesus nos surpreende ao priorizar e atender a necessidade da multidão, e não a daqueles pescadores. Aqui está a lição prática de Mateus 6.33 - “Mas buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”.
É intrigante ler que Jesus vê os dois barcos vazios, percebe que os pescadores estão lavando as redes e, ainda assim pede um dos barcos emprestado para ensinar a multidão. Ao solicitar o barco de Pedro e pedir que ele o afaste um pouco da praia, Jesus o está convidando a tirar o foco das suas redes vazias, da noite frustrante, da ausência de resultados e da improdutividade do seu trabalho e olhar em outra direção. Caso Pedro recusasse esse pedido, alegando cansaço frustração ou qualquer outra coisa, simplesmente teria perdido a beleza de ver e receber o milagre naquela manhã.
 Quando permanecemos focados nas “redes vazias” e não conseguimos olhar para além de nossos contínuos e crescentes problemas, podemos perder o extraordinário milagre da provisão. O segredo está em levantar os olhos para perceber que Jesus está conosco e Ele não está indiferente aos nossos infortúnios. É possível que, no processo de “lavar as nossas redes”, e com a visão embaçada, não consigamos enxergar a multidão que está em nossa “na praia”, faminta do “Pão da vida”. Por isso somos ministrados, a olhar para além das nossas necessidades materiais e atendendo ao pedido do Mestre, emprestar nosso barquinho.
 2 – RECURSOS! (ensinava do barco)
“Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as multidões”.
Jesus se utiliza do que está ao seu alcance e o que era o instrumento de trabalho daquele pescador: um barco! Para ensinar aquelas pessoas, Ele não precisava de muitos recursos, por isso improvisa um púlpito de um barco. Porque o principal não eram os recursos, mas sim o conteúdo da mensagem, e a autoridade de quem a ministrava. Se Pedro não disponibilizasse o seu barco, será que isso impediria o mestre de ensinar o povo? Claro que não! A lição é que Jesus sempre nos convida como parceiros, para integrar a sua equipe com o que temos e o que somos.  Os recursos são meios e não fim. Era apenas um barco como outro qualquer, até que o Mestre o transforma num instrumento valioso, para alcançar um propósito maior: pescar almas e integrá-las ao reino de Deus.
Nosso maior desafio é entregar o que possuímos sem as nossas avaliações precárias, nas mãos multiplicadoras e transformadoras de Jesus.
3 – OBEDIÊNCIA! (lançarei as redes)
“Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo (Leve o barco para um lugar onde o lago é bem fundo-NTLH), e lançai as vossas redes para pescar. Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes”.
Observem as palavras “quando acabou de falar...”. Somente depois que Jesus terminou sua mensagem, é que Ele manda Simão pescar novamente. Jesus manda que os pescadores voltem ao lago e joguem as redes. Como assim? Durante a noite, que era o horário mais apropriado para pesca, eles não pegaram nada, como fariam isso àquela hora da manhã? Porém Jesus sabia que os peixes estavam na parte mais funda do lago e mesmo que os instrumentos de trabalho não fossem tão sofisticados para tal empreitada, Ele os manda pescar novamente. Não mudou a técnica, nem as redes, nem o barco, nem os pescadores... O que mudou? A ordem vinda de Jesus exigia naquele momento apenas obediência e fé!
Ainda assim Pedro interfere, há certa dose de resistência em suas palavras. Entretanto, ele continua e diz: “mas”, esse “mas” muda o rumo da conversa e abre a possiblidade para o milagre se realizar. Ele se propõe a contrariar toda sua lógica profissional e seguir a ordem de Jesus. Ouvir as orientações uma após outra é o segredo para se obter resultados surpreendentes. A obediência à Palavra do mestre ameniza esforços e multiplica resultados.
Muitas vezes somos tentados a desistir ou desanimar, mas apesar da nossa impotência diante das circunstâncias, podemos como Pedro, simplesmente obedecer.
 CONCLUSÃO
O lago de Genesaré foi o cenário ideal para nos ensinar que Jesus é especialista em transformar situações. Sua presença é capaz de transformar adversidades em oportunidades e noites frustrantes e cansativas, numa linda manhã de provisão.

Um comentário:

  1. Sarah parabéns!!Que vc continue sendo usada tremendamente por Deus.Vc tem o dom da sabedoria e como tem me abençoado tremendamente.

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