Já percebeu como as pessoas falam sobre suas vidas na
rua, no restaurante, nas filas dos banco? Essa então é clássica!. Elas compartilham
sem cerimônia experiências de suas vidas, seus problemas, seus sonhos... sua
visão de mundo.
Outro dia, entrei em um transporte alternativo e lá
estava o motorista demonstrando gentileza, tentando “puxar um assunto” e, não há
melhor tema para iniciar alguma conversa entre estranhos do que falar sobre política, a atuação de nossos
governantes, a ausência do poder público na educação, na saúde e na segurança pública. O rapaz era articulado e começamos
a conversar, problematizando as frágeis
bases da educação em nosso país. E olha que o tema é por demais palpitante!
Qual não foi minha surpresa, ao ver surgindo diante de mim, a figura de um
professor apaixonado, escondido atrás daquele motorista. Ele discorreu sobre os
conceitos e sobre as teorias da educação e da pedagogia. Falou com conhecimento
de causa sobre as teorias de Jean Piaget, Lev Vigotski, Paulo Freire entre
outros. Eu estava perplexa! Ele me sugeriu livros e compartilhou suas
experiências em sala de aula. Havia um brilho em seu olhar, uma paixão, uma
emoção em sua voz e, aí eu não me contive. Tive que perguntar:
- O que você está fazendo aqui?
Ele disse:
- Eu desisti. Aqui eu ganho mais.
Foi aí que me dei conta de quantas pessoas estão em
situação semelhante. Ele desistiu de receber baixos salários, desisitiu de
esperar reconhecimento e valorização, desisitiu do pouco caso com que se tem tratado
os professores em nosso país. Ele desistiu do exercício da profissão, mas não
desistiu de amar e acreditar na educação como um alicerce capaz de transformar
a sociedade e na formação de sujeitos capazes de construir um mundo melhor.
Aquele motorista é como um soldado que tombou no campo de
batalha. Sim porque o educador, trava batalhas diárias e intermináveis. Encontrar
motivação para prosseguir é um daqueles desafios idealistas. Todos em suas profissões e formações, precisaram de um professor. Ninguém se capacitou ou aprendeu,
sem que um educador estivesse presente, compartilhando graciosamente seus
conhecimentos, muitas vezes conseguido a custas de muito sacrifício e
desprendimento.
Fica aí a reflexão
sobre conversas de rua. Elas podem revelar que, há aqueles que tombaram no
campo de batalha da sobrevivência e, alguns ainda continuam lá prostrados, feridos ou não. Mas há os que encontraram alternativas.
Sarah,
ResponderExcluirIsto é um enredo de um livro.
Sinto-me envergonhado ao ver que o alicerce de uma estrutura que se chama sociedade está sendo deteriorado ou melhor dizendo,exterminado.
Uma vergonha para a classe de professores que não é digna de receber um salário que nem chega a uma gorjeta de um auxílio de um parlamentar,de não possuir uma estrutura adequado em seu local de trabalho,de não ter disponível material para que possa aplicar/aprimorar em sala de aula as suas técnicas de conhecimento.Uma vergonha para a sociedade que não aplaude mais os seus professores.Uma vergonha para mim,que como sociedade e filho de professora, aos pouco vê que professor é um ser em extinção.Uma vergonha para o Brasil, que assiste de camarote seus pseudos governantes fraudarem,furtarem,desviarem dinheiro dos cofres públicos e não se manifestar,não dar voz a sua indignação por retirarem da sociedade algo que é nosso,a coletividade.Nós somos a massa,mas não devemos ser tratados como ela através de políticas públicas populistas que concedem a esta massa um necessário imediata e que pareca um cala boca,como se desse um doce a uma criança só para não ter que enfrentar o real problema.Ninguém pode moldar as reais necessidades da massa que são e sempre foram :acesso a educação digna,saúde, saneamento básico,emprego,moradia etc...Assim,faço-me lembra de um trecho de uma música que marcou uma época e que ainda ecoa este Brasil:
Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber...
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer..
... lembro quando iniciei formalmente minha caminhada no magistério profissional. Tomei a decisão lá atrás, de seguir em frente mesmo desconfiando, por observação da história e comparando com daquele tempo, que não estava fazendo uma escolha feliz. Seguiria fazendo a minha parte ou me tornaria motorista de Caminhão. Passou o tempo e as imagens se confirmaram, infelizmente. Para nossa alegria continuo na utopia da Educação para libertação. Não fui ser motorista por pouco!! Isso por confiar na Palavra que me ensinou a Bíblia: "Conhecereis a verdade e ela vos libertará!" Sempre digo que o Estado não me paga para o trabalho que faço, -com humildade. Pois ele me mede pelo menor valor e o que eu faço não tem preço: pois amor com amor se paga. E isto eu recebo das pessoas com quem compartilho a educação e não de minha fonte pagadora! Dulce Tinoco Eringer Borges
ResponderExcluirLembre-se que Deus nos deu livre arbítrio “isso porque você citou uma passagem bíblica" a grande sacada da vida, é a busca se sua felicidade e se você está conformado com sua situação eu respeito esse estado. Estou feliz e posso dizer que financeiramente estou mais feliz ainda, pois consegui com essa escolha dar dignidade a minha família, meu filho estuda em boa escola, faz judô, natação, inglês brasas, tenho uma van, três Kombi, e agora peguei meu CNPJ e o céu é o limite para aqueles que acreditam em Deus em primeiro plano; e em seu potencial empreendedor sem se curvar aos caprichos do sistema e viver frustrado pelo resto da vida!!!!
ExcluirSeja bem vindo, espero que este espaço ajude a provocar a reflexão e o diálogo. Precisamos urgentemente discutir temas complexos que fazem parte do nosso cotidiano, em busca de possíveis soluções.
ExcluirObrigada pela sua participação e inspiração.
Sarinha Freire
Sarinha gostei muito desse espaço, pois aqui temos a possibilidade de trocar experiências uma vez que a comunicação é importante em todo e qualquer processo de conhecimento, espero que as pessoas façam bom uso dele e que possam trazer a tona toda a problemática desse segregado país, fazendo com que se diminua a formação de reprodutores de pensamento e que possamos gerar mais e mais formadores de opinião na esperança de um mundo melhor e mais igualitário.
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