terça-feira, 13 de novembro de 2012

Sarinha Freire: CONFISSÃO, CRISE E CURA!

Sarinha Freire: CONFISSÃO, CRISE E CURA!:             INTRODUÇÃO           O salmo 73 foi escrito por Asafe, um levita, ministro de música na casa de Deus. Ele foi indicado ...

CONFISSÃO, CRISE E CURA!


 

          INTRODUÇÃO
          O salmo 73 foi escrito por Asafe, um levita, ministro de música na casa de Deus. Ele foi indicado por Davi para conduzir a arca até Jerusalém, Cr 15.16-17 e tornou-se o chefe entre os levitas, I Cr 16. 4.
           Nesse salmo, ele compartilha um momento muito particular de uma crise existencial. Faz isso com tanta naturalidade e franqueza que parece conversar com amigos muito íntimos. Sua franqueza é perturbadora, pois apesar de exercer um cargo importante, Asafe expõe sua humanidade, suas queixas e lamentações sem esconder ou maquiá-las. Por que os ímpios prosperam? Será que vale a pena continuar fazendo o bem, quando os que praticam o mal são bem mais sucedidos?
           Questões como essas perduram ainda em nossos dias e podem também nos causar o mesmo mal que abateu e perturbou Asafe, a menos que, como ele, experimentemos a cura através da confissão e do reconhecimento da crise.
           Em seu desabafo, Asafe reconhece a bondade de Deus. Para ele, isso é uma verdade incontestável. Mas também afirma que Deus é bom para com aqueles que são limpos de coração. Ao evidenciar essa particularidade, Asafe nos ajuda a entender, o que deflagrou sua crise: seu coração não estava limpo. Na realidade, seu coração estava contaminado, impregnado de sentimentos nocivos, que o impediam de perceber a bondade de Deus naquele cenário de tantas contradições onde vivia.

          I  – A CONFISSÃOPois eu tinha inveja dos soberbos...
           Por que as pessoas de comportamento e caráter duvidoso alcançam o sucesso?
Para ampliar um pouco mais essa reflexão, é importante verificar o início do segundo versículo, onde Asafe até então, convicto da bondade de Deus, muda o foco e volta-se para as suas próprias atitudes. Reconhece que errou, ao tentar julgar questões tão delicadas, e admite que esse comportamento quase lhe custou a fé em Deus. Ele vacilou, titubeou e, por pouco, não caiu na armadilha do ceticismo e da própria justiça. Na Bíblia em Linguagem Contemporânea - “A Mensagem”, o versículo 2, diz: “Mas quase o deixei escapar (Deus): quase deixei de ver sua bondade, porque eu estava olhando para o outro lado...”. Asafe se deu conta de que focar a direção errada, o fez duvidar da bondade de Deus, pois sua visão estava afetada por seus dramas pessoais. Ele viu que as pessoas arrogantes, violentas, soberbas e maliciosas estavam prosperando, e ele não.
            Rui Barbosa expressou um sentimento muito parecido com o de Asafe, ao dizer: “De tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, o homem chega a rir-se da honra, desanimar-se da justiça e ter vergonha de ser honesto”. Perceber que pessoas com atitudes ruins conseguem usufruir de coisas boas, perturbou o coração de Asafe e o levou a confessar, sem o menor constrangimento, que sentia inveja dos ímpios. É preciso coragem para expor um sentimento desses, que causa vergonha àquele que o confessa.  Na realidade, o incômodo que estava por detrás daquela situação, nada mais era do que o desejo oculto de ocupar o lugar daquelas pessoas.
           Quase ninguém é capaz de confessar algo dessa natureza, identificar esses sentimentos nocivos que corroem o coração e comprometem o nosso relacionamento com Deus. Não fosse a ousada e sincera confissão de Asafe, a humanidade desse ministro passaria despercebida, privando-nos desse enfrentamento pessoal, tão necessário a qualquer um que busca manter seu coração limpo.
 
            II – A CRISENa verdade, em vão tenho purificado o meu coração...
            Prosseguindo em seu discurso, Asafe começa a descrever com riqueza de detalhes o comportamento arrogante das pessoas que ignoram a existência de Deus. A descrição que ele faz destas pessoas, se aplicaria a muitas pessoas, nos dias de hoje. Elas eram:
          • Arrogantes (v. 3) - pessoas insolentes, atrevidas, que usam de forma negativo o orgulho e a altivez.
          • Soberbos (v. 6) - presunçosos, pois agiam como se estivessem sempre "acima dos mortais".
          • Violentos (v. 6) - usavam a força, a coerção, o constrangimento físico e moral, a grosseria, como prática diária no trabalho, na família e etc. O texto cita "vestir-se com a violência".
          • Maliciosos (v. 7, 8) - pessoas de má índole, astutas, manhosas, que usavam de esperteza, para enganar os outros. A conhecida “Lei de Gérson”: Levar vantagem em tudo!
          • Opressores (v. 8) – humilhavam e coagiam, forçando outras pessoas para que fizessem o que lhes interessava, de forma impositiva e ditatorial.
          • Maldizentes (v. 9) - isto é, amaldiçoavam, praguejavam, blasfemavam, ultrajavam tanto a Deus, quanto aos homens.
          Diante desse quadro, que retrata pessoas com o coração tão distante da justiça, Asafe atinge o auge de sua crise, v.13, afirmando ter sido inútil conservar uma conduta diferente, pois não havia recompensa alguma nisso.
          Não é fácil lidar com essas situações, onde a justiça parece não prevalecer. Onde o colega de trabalho trapaceia e consegue uma promoção, que por direito não lhe pertence ou ainda, com aquelas pessoas que mentem, traem e aparentemente encontra-se em melhores condições, do que aqueles que temem a Deus e procuram cumprir Sua vontade. Esse mal de Asafe, que também pode nos atingir, corrói a mente, apaga todas as certezas e transforma a alma num celeiro de dúvidas e revolta. Nesse estado de alma, é impossível perceber ou entender a atuação de Deus.
 
          III – A CURA Até que entrei no santuário de Deus: então entendi...
           Por fim, o próprio Asafe descreve seu incômodo, diagnostica e descobre a cura para seus males existenciais. Como ministro de louvor, entrar no templo fazia parte de sua rotina diária, no entanto, algo diferente aconteceu quando ele entrou certo dia no santuário. Ao sentir a presença de Deus naquele lugar, Asafe deparou-se consigo mesmo e compreendeu o que aconteceu: ele foi contaminado pelos conceitos e valores vigentes daquela sociedade, onde os indivíduos eram avaliados pelo que possuíam, ainda que, para isso, a ética e a justiça precisassem ser negligenciadas. Asafe comparou-se a um animal embrutecido; havia irracionalidade em seus pensamentos por focar em coisas tão contrárias à sua prática de fé. Ele finalmente descobriu que em Deus estava a fonte da verdadeira alegria e prazer. Suas palavras finais revelam a transformação que ele experimentou como resultado de um encontro real com Deus: “mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as tuas obras”, v. 28.
 
          CONCLUSÃO
          Quantas vezes nós também fazemos as mesmas perguntas que Asafe? Esse salmo com tantas indagações, prantos e lamentações, revela as debilidades e fragilidades que há em cada um de nós, diante de questões que fogem ao nosso entendimento. Assim, por não termos a verdadeira dimensão do que está acontecendo, passamos como Asafe a sermos invejosos, murmuradores e inconstantes. Mas Deus sempre trará respostas às questões que porventura estejam angustiando seus servos, ainda que, para isso, o Senhor tenha que nos levar para um local e, revelar-se, de um modo singular, a fim de que sejamos curados e alcançados pela Sua graça.
          Sem dúvida, um encontro verdadeiro com Deus sempre produzirá profundas transformações naqueles que necessitam de cura para seus males existenciais e espirituais.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

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