quinta-feira, 26 de julho de 2012

SEGUINDO PASSOS SOLIDÁRIOS




Todos os momentos da vida devem ser vivenciados ao lado de outras pessoas, mas há aqueles momentos que exigem a companhia de amigos, familiares, de pessoas companheiras; pois a existência humana pode revelar surpresas, desafios e ciladas. Esses momentos demandam um caminhar solidário, ao invés de solitário. É aí que acontece a descoberta da verdadeira amizade e do companheirismo, porque essas situações são marcadas pelo cuidado e apoio mútuos que resultarão em fortalecimento e restauração.
Foi essa a experiência de Noemi, narrada no livro de Rute. O livro trata da história de pessoas comuns, e de assuntos corriqueiros. Porém, essa história revela que Deus está ativo, e interessa-se pelos assuntos que causam inquietações aos homens.
É possível perceber que o tema que permeia todo o livro de Rute é a amizade e a solidariedade, demonstradas por Rute e Noemi em diferentes momentos da história. A companhia de Rute, nos momentos de angústias e incertezas foi crucial e pôde proporcionar a Noemi a força e a coragem necessárias para seguir em frente.
A narrativa bíblica é um relato a respeito de uma família israelita que se dirigiu à terra de Moabe, em época de fome, e ali passou maus dias. Pouco tempo depois, o marido de Noemi morre, ficando a mulher, sozinha com os seus dois filhos que se casaram com mulheres moabitas, uma chamada Orfa e a outra Rute. Mais tarde, morreram também os dois filhos de Noemi. O quadro que tomou conta da sua vida era trágico e as circunstâncias que a rodeavam eram terríveis. Assim, quando terminou o tempo da fome, Noemi decidiu regressar à sua terra e aconselhou às suas noras, que voltassem para casa de seus pais e para junto do seu povo. Mas Rute optou por acompanhá-la, dizendo: “Irei para onde fores e, onde habitares, habitarei. O teu povo é o meu povo, e o teu Deus o meu Deus”, Rt. 1.16.
Seguindo os passos solidários de Rute, aprendemos que há, pelo menos, dois elementos que são essenciais para quem se arrisca a compartilhar a jornada com aqueles que acertam e erram, ganham e perdem, amam e odeiam, lutam e desistem. É preciso ter coragem e fé!
Coragem - foi o que Rute demonstrou ter, ao decidir permanecer com Noemi. Ela surpreende, pois poderia voltar para casa e tentar outro casamento, aliás, foi esse o conselho de Noemi. No entanto, ela decide ficar , embora suas possibilidades de recomeço fossem maiores em sua terra natal e não em companhia da sogra. O texto diz: “... porém Rute se apegou a ela”, Rt 1.14. Quando tudo cooperava para um afastamento, ela se apega e decide seguir com ela passo a passo, fazendo as mesmas trilhas, disposta a que nada, nem mesmo a morte, as separe.
É difícil encontrar quem queira dividir lutas e problemas. É difícil encontrar pessoas que queiram permanecer ao lado daquele que nada tem a oferecer. Porque para isso é preciso identificar- se com as dores, instabilidades e dificuldades na certeza de que é possível reverter a situação e recomeçar sempre. Não são poucas as vezes em que amigos, parentes ou familiares preferem o distanciamento nos momentos em que a presença de cada um deles se faz mais necessária.
– Nos versículos 13, 20 e 21 do capítulo 1, encontramos nas palavras de Noemi, um tom de desalento e dor, por sentir-se desamparada, inclusive por Deus nos momentos mais difíceis que viveu. Ela atribui ao abandono do Todo Poderoso, a responsabilidade por sua tragédia pessoal. Ela experimentou pouco a pouco a perda daqueles que lhe garantiriam segurança e proteção, numa sociedade centrada exclusivamente na figura do homem. Para aquela mulher não havia mais nada, nem esperança e nem fé.
Mesmo quando Noemi descreve Deus como um Ser alheio aos problemas humanos, Rute afirma que Aquele seria também o seu Deus, ou seja, nenhum daqueles trágicos acontecimentos seria capaz de impedir que ela depositasse em Deus a sua fé. Rute apegou-se firmemente à sua sogra, e ao Deus de sua sogra, e por isso experimentou as bênçãos desse Deus de uma maneira extraordinária. Deus sempre cumpre seus propósitos, e abençoa aqueles que ousam confiar em seu agir e sua providência, ainda que as evidências sejam contrárias.

Conclusão
A trajetória humana é composta por momentos bons e ruins e, administrá-los é o grande desafio. Não há como sabermos quando seremos surpreendidos pelos revezes da vida, então que se encontre em nós a disponibilidade necessária para seguirmos sempre com coragem e fé. Ao final, será possível perceber que podemos nos transformar em canal de bênçãos para transmitir o amor e a misericórdia de Deus em nossa caminhada comunitária, mas também solidária.

sábado, 21 de julho de 2012

Sarah Cavalcanti: CERTEZAS NO VALE!

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domingo, 15 de julho de 2012

Sarah Cavalcanti: REFLEXÕES EM UMA CALÇADA

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quarta-feira, 11 de julho de 2012

LIÇÕES NA PRAIA!



Uma análise em Lucas 5.1-11 (A pesca maravilhosa)
O mestre Jesus nos ensina com uma sabedoria e profundidade como só ele sabe fazer e no texto em questão, deparamo-nos com Jesus diante de dois grupos distintos de alunos: os pescadores e a multidão, por isso sua pedagogia assume diferentes contornos. A lição para a multidão é ministrada de uma maneira formal, entretanto, para os seus dos futuros discípulos, acontece sutil e silenciosamente nos seus menores gestos. A lição daquele dia era direcionada a homens comuns, e a capacitação deles para o ministério, mostra-nos logo de início, que existem saberes que precisam ser assimilados e experimentados por todos aqueles que se propõem a seguir Jesus.
É preciso começar essa reflexão considerando o cenário, lugar onde tudo acontece, para que nada passe despercebido, pois são os detalhes que aos poucos, vão desenhando o desfecho desse encontro entre Jesus, os pescadores e a multidão.
Amanhecia e, à beira do Lago de Genesaré, os pescadores lavavam suas redes. Esse ato de lavar as redes significava o fim da jornada de trabalho. Esse novo dia despontava, provavelmente, trazendo aqueles homens, sentimentos como desalento, preocupação e ansiedade. Eles tiveram uma longa e infrutífera noite de trabalho. Como se costuma dizer: naquela noite “o mar não estava para peixe”. No entanto, esse cenário é totalmente transformado quando Jesus chega aquele lugar, seguido de uma multidão querendo ouvir seus ensinamentos. A multidão tinha uma necessidade clara do alimento espiritual, e os pescadores, do pão nosso de cada dia. Jesus o PÃO DA VIDA estava presente naquele lugar e isso era a garantia de que tanto a multidão quanto seus futuros discípulos seriam saciados de maneira extraordinária naquela manhã.
Seguindo a narrativa bíblica, vamos descobrindo passo a passo aquilo que o Mestre se propõe a nos ensinar. Jesus trata de temas como prioridades, recursos e obediência.
1.    PRIORIDADE! (ensinava o povo)
“... Viu a beira do lago dois barcos, deixados ali pelos pescadores, que estavam lavando as suas redes. Entrou num dos barcos, o que pertencia a Simão, e pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se, e do barco ensinava o povo”.
Será que Jesus não percebeu o que acontecia na praia, naquela manhã? Não havia a euforia da pesca, o comércio entre os pescadores, aquele alvoroço da partilha. Fico me perguntando se não teria sido mais impactante, realizar o milagre antes de qualquer outra coisa. Talvez isso, fosse um fator motivador para os pescadores e também para outras pessoas o seguirem. Mas Jesus nos surpreende ao priorizar e atender a necessidade da multidão, e não a daqueles pescadores. Aqui está a lição prática de Mateus 6.33 - “Mas buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”.
É intrigante ler que Jesus vê os dois barcos vazios, percebe que os pescadores estão lavando as redes e, ainda assim pede um dos barcos emprestado para ensinar a multidão. Ao solicitar o barco de Pedro e pedir que ele o afaste um pouco da praia, Jesus o está convidando a tirar o foco das suas redes vazias, da noite frustrante, da ausência de resultados e da improdutividade do seu trabalho e olhar em outra direção. Caso Pedro recusasse esse pedido, alegando cansaço frustração ou qualquer outra coisa, simplesmente teria perdido a beleza de ver e receber o milagre naquela manhã.
 Quando permanecemos focados nas “redes vazias” e não conseguimos olhar para além de nossos contínuos e crescentes problemas, podemos perder o extraordinário milagre da provisão. O segredo está em levantar os olhos para perceber que Jesus está conosco e Ele não está indiferente aos nossos infortúnios. É possível que, no processo de “lavar as nossas redes”, e com a visão embaçada, não consigamos enxergar a multidão que está em nossa “na praia”, faminta do “Pão da vida”. Por isso somos ministrados, a olhar para além das nossas necessidades materiais e atendendo ao pedido do Mestre, emprestar nosso barquinho.
 2 – RECURSOS! (ensinava do barco)
“Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as multidões”.
Jesus se utiliza do que está ao seu alcance e o que era o instrumento de trabalho daquele pescador: um barco! Para ensinar aquelas pessoas, Ele não precisava de muitos recursos, por isso improvisa um púlpito de um barco. Porque o principal não eram os recursos, mas sim o conteúdo da mensagem, e a autoridade de quem a ministrava. Se Pedro não disponibilizasse o seu barco, será que isso impediria o mestre de ensinar o povo? Claro que não! A lição é que Jesus sempre nos convida como parceiros, para integrar a sua equipe com o que temos e o que somos.  Os recursos são meios e não fim. Era apenas um barco como outro qualquer, até que o Mestre o transforma num instrumento valioso, para alcançar um propósito maior: pescar almas e integrá-las ao reino de Deus.
Nosso maior desafio é entregar o que possuímos sem as nossas avaliações precárias, nas mãos multiplicadoras e transformadoras de Jesus.
3 – OBEDIÊNCIA! (lançarei as redes)
“Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo (Leve o barco para um lugar onde o lago é bem fundo-NTLH), e lançai as vossas redes para pescar. Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes”.
Observem as palavras “quando acabou de falar...”. Somente depois que Jesus terminou sua mensagem, é que Ele manda Simão pescar novamente. Jesus manda que os pescadores voltem ao lago e joguem as redes. Como assim? Durante a noite, que era o horário mais apropriado para pesca, eles não pegaram nada, como fariam isso àquela hora da manhã? Porém Jesus sabia que os peixes estavam na parte mais funda do lago e mesmo que os instrumentos de trabalho não fossem tão sofisticados para tal empreitada, Ele os manda pescar novamente. Não mudou a técnica, nem as redes, nem o barco, nem os pescadores... O que mudou? A ordem vinda de Jesus exigia naquele momento apenas obediência e fé!
Ainda assim Pedro interfere, há certa dose de resistência em suas palavras. Entretanto, ele continua e diz: “mas”, esse “mas” muda o rumo da conversa e abre a possiblidade para o milagre se realizar. Ele se propõe a contrariar toda sua lógica profissional e seguir a ordem de Jesus. Ouvir as orientações uma após outra é o segredo para se obter resultados surpreendentes. A obediência à Palavra do mestre ameniza esforços e multiplica resultados.
Muitas vezes somos tentados a desistir ou desanimar, mas apesar da nossa impotência diante das circunstâncias, podemos como Pedro, simplesmente obedecer.
 CONCLUSÃO
O lago de Genesaré foi o cenário ideal para nos ensinar que Jesus é especialista em transformar situações. Sua presença é capaz de transformar adversidades em oportunidades e noites frustrantes e cansativas, numa linda manhã de provisão.